sexta-feira, 12 de junho de 2009

Cada Homem um Adorador

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Começando terra a terra: O ser humano é um nó de relação. Naturalmente o homem necessita relacionar-se. Há no âmago do ser humano uma necessidade enorme de dar e receber amor. Por mais escondida que esteja esta realidade, todos somos capazes de admitir que temos uma enorme necessidade de amar e ser amados. Surge assim uma busca, uma busca permanente de amor, o homem busca quem possa suprir a sua necessidade de amor e procura suprir as necessidades de alguém, para que seja recíproco. "Amar ainda é a única forma de realização humana".




Nesta busca o homem depara-se com grandes imperfeições, pode encontrar quem o ame e pode amar alguém, mas não encontra nunca a satisfação, alguém que supra completamente a sua carência e do mesmo jeito nunca é capaz de dar ao outro todo amor que precisa. Vai caminhando em busca da perfeição, só que porque o ser humano é mesmo imperfeito jamais encontra a essência completa que o satisfaça.


Até que durante a busca encontra-se com Deus e ao relacionar-se com Deus descobre que Ele é capaz de preencher o espaço que ninguém preencheu, consegue saciar do Seu imensurável amor e aí sim, é suprida a enorme necessidade de ser amado. Ao ser amado de tal forma o homem descobre que Deus recebe com maior agrado o amor que sempre foi insuficiente para os outros. Atinge então a plenitude, o homem recebe todo amor de que precisa e dá todo o que tem.
Por encontrar a perfeição, o amor do homem começa a atingir um nível "excessivo" que jamais poderia ser atribuído ao homem imperfeito e incapaz de dar.
É precisamente este amor “excessivo” - "acima do nível normal" que chamamos adoração: Amar a Deus mais do que todas as coisas, é este amor que impulsiona-nos a adorar.


Segundo os antropólogos, a adoração é um impulso universal posto por Deus na estrutura do nosso ser – uma necessidade intrínseca de nos ligarmos a Deus.


Bem no fundo, todo o homem reconhece a sua necessidade de Deus, e chega á uma altura que este procura a todo o custo suprir esta necessidade; só que ele busca este suprimento onde não pode encontrar, acontece que o fim dessa estrada tem que dar sempre em Deus. "Quando o homem encontra Deus, passando pela experiência do novo nascimento (conversão), aí sim “ portas abertas” para este ser transformado naquilo que é o projecto de Deus para toda a criatura: SER ADORADOR".



"Pode buscar vários motivos, mas o homem foi feito para ser exclusivamente adorador e só sentir-se-á homem na sua plenitude quando estiver inserido naquilo para o qual Deus o criou".


Uma máquina de café, por exemplo, só terá rendimento se de facto produzir café, se não o fizer, ela não deixa de ser máquina de café, mas perde a sua essência por não desempenhar o seu papel peculiar. O homem da mesma forma só terá rendimento máximo como criatura de Deus, se de facto adorar, se não o fizer, não deixa de ser homem, mas perde a sua verdadeira essência por não estar desempenhando o papel para o qual foi feito.
E este adorar que fala de essência, não é aquele que o homem busca qualquer objecto de adoração, no qual não encontra satisfação, não. Este é aquele adorar cujo alvo é Deus o criador No qual se encontra a plena satisfação.


Existe uma palavra grega adequada para o termo adorar: “PROSKUNEO”, o prefixo "pros" significa: em frente de alguém ou na direcção de alguém. E o verbo "kuneo" significa: beijar. Tem-se definido como, prostrar-se, ajoelhar-se, render-se, venerar, honrar, movimentar-se em direcção a…com intenção de beijar.

Sugerir este tipo de intimidade com Deus pode parecer extrema e pode até ofender muitos cristãos conservadores, religiosos e mornos que não têm coragem de abrir as suas mentes para uma ampla compreensão da Adoração.
Mas esta palavra grega é claramente compreendida e deve ser considerada a luz da seguinte observação:
Deus move-se primeiro em direcção a nós, o amor não começou em nós, mas em Deus, Ele é amor e nós fizemos esta descoberta. Ele movimentou-se em direcção á nós, agora esta é a nossa movimentação em direcção a Ele – A Adoração.


"É a nossa reacção (adoração) á Sua acção (amor)".
A salvação foi Deus a mover-se em direcção a nós e a adoração somos nós a movermo-nos em direcção a Deus.
A interacção dinâmica de amor entre amor de Deus e a adoração do homem é a essência do cristianismo.
É o cristão amando a Deus mais do que todas as coisas, é o cristão dando prazer á Deus. É um acto de amor recíproco que envolve intimidade, mas um porém: não tente ter intimidade com Deus sem reverência e temor. Sl. 25:14.

Há um aspecto importante a ser levado em conta ao falar-se de adoração – A RENDIÇÃO.
Quando falamos deste aspecto, vem-nos a ideia de perda, abandono a um projecto, submissão, admissão de derrota e fracasso, etc. Na adoração, não acontece assim. A rendição é a base do nosso reconhecimento ao amor, grandeza e misericórdia de Deus, é um acto de confiança e segurança Naquele que nos amou primeiro e tem as nossas vidas em Suas mãos.
Não nos rendemos a Deus por medo ou obrigação, mas por amor, a nossa motivação principal é o amor.
Render-se fala de entrega, consagração, de humildade, de reconhecimento, de obediência, de deixar Deus tomar o comando, fala de dependência de Deus.

Todo o mundo, com o tempo, se rende a algo ou a alguém. Se não for a Deus, o homem se renderá as opiniões ou expectativas de outros, ao dinheiro, ao rancor, ao medo ou ao orgulho, ao ego. Como dissemos atrás o homem foi feito para adorar a Deus, e se fracassar em adora-lO, criará outras coisas para as quais entregará a sua vida. Somos livres para fazer escolhas mas não das consequências destas escolhas e dizia o irmão Stanley Jones: “ Se você não se rende a Cristo, se rende ao caos”.




"Render-se a Deus não é a melhor maneira de viver é a única maneira de viver autenticamente, nada mais funciona, a plenitude é encontrada somente em Deus".
Bençãos mil!!!


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